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Quando otimistas empenhados se confrontam com o fracasso
(...) começa um processo de compensação destinado a salvar o projeto
encontrando a pessoa, a classe ou a clique que a frustrou. E essa pessoa,
classe ou clique é marcada pelos sinais de êxito. Se falhei foi porque outro
foi bem-sucedido.
Para um
certo tipo de temperamento, a derrota nunca é derrota pela realidade, mas
derrota por outras pessoas. (...)
A injustiça, para o socialista, é conclusivamente comprovada
pela desigualdade, de modo que a mera existência de uma classe rica justifica o
plano para redistribuir seus ativos entre os 'perdedores'.
(...) Ao
transferir o nosso ressentimento, podemos evitar o custo de o entender, que é o
custo assustador do autoconhecimento.
Mesmo sem o contexto da revolução, o pensamento da soma zero
tem uma função importante no apoio a falsas esperanças. Um forte exemplo é a crença generalizada de que
igualdade e justiça são a mesma ideia. Poucas pessoas acreditam que se o
João tiver mais dinheiro do que José isso é, em si mesmo, um sinal de
injustiça. Mas se o João pertencer a uma classe com dinheiro e o José a
uma classe sem ele, o modo de pensar da soma zero entra imediatamente em
ação para convencer as pessoas de que a classe de João se tornou rica às
custas da de José.
É este
o ímpeto (...) que está efetivamente a minar as verdadeiras reivindicações de
justiça e a pôr um substituto espúrio em seu lugar.(...)
O resultado tem sido o aparecimento na política moderna de
toda uma ideia nova de justiça, ideia essa que tem pouco ou nada a ver com
direito, merecimento, recompensa ou retribuição e que está efetivamente
desligada dos atos e das responsabilidades dos indivíduos.
É fácil assegurar a igualdade no campo da educação: basta
eliminar todas as oportunidades de progredir. (...)
Uma oportunidade de progredir só pelo talento e pela aplicação
foi destruído pela simples razão de que separava os êxitos dos fracassos.
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