domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cartas a meu filho

I

Oi, Felipe, sou seu pai. Felipe? Pedro, talvez. Depois a gente vê.

O morfológico foi legal, mas aquela meia dúzia de células batendo como coração lá no início foi a sensação mais espetacular da vida. Na verdade, todo ultrassom é meio tenso por conta daquele nosso incidente, mas rezo um Creio e vamos firme. Está dando tudo certo.

Ser pai me fez repensar que filho fui e sou. Passa todo um filme na cabeça. Coisas que nunca tinha lembrado. Não gostei muito do filme, não... Não fui um bom filho.

Que você seja melhor do que eu fui, Pedro. Não é uma tarefa difícil...

(Sua mãe acabou de decidir que é Pedro mesmo. Gostei!)