quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Sobre a linguagem

Trecho de "Podres de Mimados - As consequências do sentimentalismo tóxico", de Theodore Dalrymple:

Assim, uma palavra passa a incluir coisas demais e a significar coisas de menos, e o hábito de insinuar falsidades enquanto se suprime a verdade é sutilmente inculcado em toda uma população.

(...)
Confúcio (...): Se a linguagem não é correta, então aquilo que se diz não é o que se quer dizer; se o que se diz não é o que se quer dizer, então o que deve ser feito permanece por fazer; (...) Por isso, não deve haver qualquer arbitrariedade naquilo que se diz.

A reforma da linguagem proposta por Confúcio (...) tomava a direção da verdade, com o propósito de conhecê-la.

As tentativas modernas da reforma da linguagem, por outro lado, são tentativas de realizar um fim político, normalmente utópico, e, portanto, ao mesmo tempo romântico e sentimental: um fim que ao mesmo tempo se deseja – ou que ao menos se diz desejar – e que se sabe não ser possível. Trata-se, portanto, de uma ferramenta permanentemente útil, mas desonesta (...).