segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O que é meu, é meu; o que é teu, é nosso.

Uma das coisas que mais me incomoda na cultura brasileira é o conceito anti-lucro. Se uma empresa aumenta seu lucro ou um setor anda muito bem, ao invés de se parabenizar e tentar aprender com seus acertos, já se pensa: 'Hummm... O que eles estão fazendo de errado? Quem estão roubando?'. Os bancos - que, ok, não são nada santos - são as maiores vítimas...
Toco no assunto porque meu ramo, o de estacionamento, também sofre esse tipo de 'ataque' de vez em quando. Semana passada, decidiram isentar a cobrança de estacionamento em shoppings, desde que você gastasse 10 vezes o valor do ticket em compras. A decisão foi logo revogada pela Justiça, mas ainda deve dar muito pano pra manga.
A minha pergunta é: POR QUE teria que isentar? Por um acaso, o investidor (quem comprou ou quem aluga) conseguiu o terreno de graça? Não tem custo manter todo aquele espaço? Imagine um shopping sem estacionamento: teria a mesma demanda?
Não me parece que os estacionamentos dos shoppings estejam vazios, o que sugere que, embora pagando, a população ainda ache que valha a pena parar logo ali e pagar por essa comodidade.
Não me acusem de ser prejudicado por essa eventual decisão e, por isso, advogar em causa própria. Não temos a garagem de nenhum shopping e a maior empresa prejudicada seria uma concorrente, com quem não temos boa relação. Questiono só o conceito mesmo.
Não é a primeira vez que tentam meter o bedelho na indústria do estacionamento. Há algum tempo, queriam criar uma lei de cobrar por minuto. Teve uma empresa que trabalhava assim e faliu. O erro nesse conceito é que o carro que fica parado o dia inteiro (vamos supor 8 horas) não oferece muito mais risco do que um carro que ficou apenas 1 hora (com certeza não oferece 8 vezes mais risco...). O risco no estacionamento é basicamente na manobra de entrada e saída, ou seja, o minuto marginal não tem o mesmo valor dos minutos iniciais. Quando o poder público quer dar muito pitaco na forma de cobrança de uma empresa privada, algo está estranho...
Pra finalizar, cito um amigo nosso, do ramo: 'Acha que dá muito dinheiro? Então abra uma empresa, contrate manobrista, consiga terrenos e opere! Aí, você me conta...'

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sou viciado...

Meus pais sempre me disseram que esporte é bom.
Meus pais sempre me disseram que vício é ruim.
E quando se é viciado em esportes???
Sempre gostei e fui praticante. Treinei sério futebol, futsal, handebol, basquete, pólo, tênis, squash e ainda brincava de volei.
Na Atlética da Poli, aprendi todas as regras: lutas, beisebol, rugby.
Até aí, normal...
Mas há alguns meses, entrei em um grupo de discussão VICIADO em esportes. Hoje, se chego em casa e não tem uma partida de tênis ou futebol americano ou mesmo beisebol (lógico a prioridade ainda é o nosso futebol...), sinto falta!
Fiquei preocupado! Tudo que é exagerado é ruim... ;)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Solidão

Segue um texto brilhante que 'chupinhei' da página de uma amiga.
Para quem mora sozinho, toca uma pequena empresa e acaba de terminar o namoro é confortante.
E não deixa de ser uma mensagem para pessoa(s) querida(s), em um momento especial.

Que me desculpem os desesperados, mas solidão é fundamental para viver.
Sem ela não me ouço, não ouso, não me fortaleço.
Sem ela me diluo, me disperso, me espelho nos outros, me esqueço.
Sem ela os silêncios são estéreis e as noites sôfregas, povoadas de assombramentos e desejos insaciáveis.
Sem ela não percebo as saídas, os milagres, os espinhos.
Não penso solto, não mato dragões, não acalanto a criança apavorada em mim, não aquieto meus pavores, meu medo de ser só.
Sem ela sairei por aí, com olhos inquietos, caçando afeto, aceitando migalhas, confundindo estar cercado por pessoas com ter amigos.
Sem ela me manterei aturdido, ocupado, agendado só para driblar o tempo e não ter que me fazer companhia.
Sem ela trairei meus desejos, rirei sem achar graça, endossarei idéias tolas só para não ter que me recolher e ouvir meus lamentos, meus sonhos adiados, meus dentes rangendo.
Sem ela, e não por causa dela, trocarei beijos tristes e acordarei vazio em leitos áridos.
Sem ela sairei de casa todos os dias e me afastarei de mim, me desconhecerei, me perderei.
Solidão é o lugar onde encontro a mim mesmo, de onde observo um jardim secreto e por onde acesso o templo em mim.
Medo? Sim. Até entender que o monstro mora lá fora e o herói mora aqui dentro.
Encarar a solidão é coisa do herói em nós, transformá-la em quietude é coisa do sábio que podemos ser.
Num mundo superlotado, onde tudo é efêmero, voraz e veloz a solidão pode ser oásis e não deserto.
Num mundo tão volúvel, desencantado e ansioso a solidão pode ser alimento e não fome.
Num mundo tão barulhento, egoísta, atribulado a solidão pode ser trégua e não luta.
Num mundo tão estressado, imediatista, insatisfeito a solidão pode ser resgate e não desacerto.
Num mundo tão leviano, vulgar, que julga pelas aparências e endeusa espertalhões, turbinados, boçais a solidão pode ser proteção e não contágio.
Num mundo obcecado por juventude, sucesso, consumo a solidão pode ser liberdade e não fracasso.
Tempo e solidão são hoje os bens mais preciosos, o verdadeiro luxo.
Marque encontros com você mesmo. Experimente. Dê-se um tempo. Surpreenda-se.
Solidão é exercício, visitação. É pausa, contemplação, observação. É inspiração, conhecimento. É pouso e também vôo.
É quando a gente inventa um tempo e um lugar para cuidar da alma, da memória, dos sonhos; quando a gente se retira da multidão e se faz companhia.
Quando a gente se livra da engrenagem e troca o medo de ser só pela coragem de estar só.
Não falo de isolamento, nem ruptura ou apartamento. Adoro gente, mas mesmo assim, e talvez até por isso, preciso de solidão.
Preciso estar em mim para estar com outros. Ninguém quer ser solitário, solto, desgarrado.
Desde que o homem é homem, ou ainda macaco, buscamos não ficar sozinhos.
Agrupamo-nos, protegemo-nos, evoluímos porque éramos um bando, uma comunidade.
Somos sociáveis, gregários. Queremos família, amigos, amores. Queremos laços, trocas, contato.
Queremos encontros, comunhão, companhia. Queremos abraços, toques, afeto. É a nossa vocação.
Mas, ainda assim, revendo o poeta, ouso dizer: é preciso aprender a estar só para se gostar e ser feliz.
O desafio é poder recolher-se para sair expandido.
É fazer luz na alma para conhecer os seus contornos, clarear o caminho e esquecer o medo da própria sombra.
Existem pensamentos, orações, sorrisos, encontros e realizações que só acontecem quando estamos a sós.
Existem curas, revelações, idéias, lembranças que só podem vir à tona quando estamos sós.
Mesmo os momentos compartilhados só serão inesquecíveis se uma parte nossa estiver inteiramente só para apreender tudo que apenas a nós se revelará e tocará.
Existe uma pessoa que só conhecemos se conseguimos ficar sós: nós mesmos!
Seja amigo da solidão. Aceite seus convites, passeie com ela, desmistifique-a.
Não corra dela, não tenha medo. Desassombre-se. Ouse a solidão e fique em ótima companhia.
(Hilda Lucas)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Controle? pffff...

Se existe uma coisa que a vida tem me forçado a aprender é que a gente não controla tudo que queria; na verdade, controla muito pouco ou quase nada.
Para pessoas metódicas como eu, é um constante sofrimento. Tocando uma empresa pequena, mais ainda. Passando por um forte processo de autoconhecimento, piorou!
Tenho lido bastante sobre 'acaso', 'eventos altamente improváveis', 'o desconhecido'.
Se eu fosse onipotente, muita coisa seria diferente... Mas não sei se seria melhor...