Tenho a formação em exatas, mas nos últimos anos tenho desenvolvido um gosto especial pela Psicologia. Gosto do assunto. Gosto de terapia.
Os filósofos antigos ‘pensavam’ sobre todas as coisas... A separação ‘até aqui é Psicologia, a partir dali é Economia’ é um capricho dos últimos 2 séculos. Essa divisão cria uma zona cinzenta.
Na minha pós de economia, já tinha me interessado pela (única) matéria sobre Economia Comportamental. Esse ramo da economia não é muito bem visto pelo mainstream, talvez porque trabalhem com menos números...
Mais tarde, tive a oportunidade de ler “Psicologia Econômica: Estudo do comportamento econômico e da tomada de decisão”, da Dra Vera Rita Mello Ferreira, que faz um grande apanhado de tudo que já foi escrito nessa linha. Muito bom.
Com a minha nova vida profissional, fui atrás de algum curso de educação continuada (um bom hábito semestral que tenho desde que terminei a pós) que falasse sobre o processo de tomada de decisão, e fui parar no COGEAE/PUC com o curso “Psicanálise e Psicologia Econômica”, com a professora e doutora Vera Rita. (Ela está indo para a FIPECAFI. Aconselho fortemente!). Procurando algo sobre tomada de decisão econômica, ganhei de brinde uma palhinha de Psicanálise. Foi um excelente curso.
Acho que o interessante no aprendizado da Psicologia é a apresentação de alguns conceitos que fazem um grande ‘clique’ na hora que se ouve pela primeira vez. Depois, ao tentar se colocar num papel ou contar para um amigo, o tal conceito chega a ser bobo, de tão óbvio.
(Lógico que foram apenas algumas pinceladas, não podendo ser comparadas a qualquer disciplina meia-boca de um curso de graduação.)
Foi o que aconteceu comigo quando a Vera falou sobre a eterna sensação de ‘falta, ausência, incompletude’. Deu um ‘clique’, me percebi. A vida é isso.
A vida é saber lidar com a frustração.
O que te deixa triste pode até ser maior do que o que me deixa triste, mas se você tem uma estrutura melhor para lidar com essa frustração, você será mais feliz. Simples, né? Bobo até.
Mas nossa vida é isso. Quando estou com um problema no trabalho, nem me lembro dos rolos amorosos ou da minha família. “Se eu não estivesse com esse problema, seria feliz”, pensamos. Resolvo o pepino do trabalho e, no mesmo momento, parece que o clima com a família ficou mais tenso... Sempre falta alguma coisa. Não é raro ver nos sites de relacionamento (Orkut, Facebook, ...) pessoas que se definem “com medo, de tão felizes”. Excluindo as que escreveram isso apenas para se enganarem com uma falsa felicidade, as que estão realmente felizes sabem que daqui a pouco alguma coisa de ruim deve acontecer...
Kant falou em 1789: “Dê a um homem tudo o que ele deseja, e ele, apesar disso, naquele mesmo momento, sentirá que esse tudo não é tudo”.
Acho que os psicólogos chamam tudo isso de ‘impulso de vida’, aquela força que nos faz desejar acordar todo dia.
O ‘clique’ na aula falada deve ter sido melhor do que nesse texto...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário