O Evangelho da semana passada foi o Sermão da Montanha
(Mateus, 5). Gosto especialmente desse trecho desde o curso de 1ª Comunhão,
talvez pela estrutura lógica agradável à minha mente matemática: se fizer isso,
então terá aquilo, se for pobre de espírito, então terás o Reino dos Céus, e
assim por diante.
Existe um versículo nesse trecho que sempre me cutuca: os “mansos”
herdarão a terra. Nunca me reconheço nele, e não evoluo de ano pra ano. É
sempre um convite a esse difícil desafio.
Mas venho escrever sobre esse assunto por um outro motivo.
Ouvi uma homilia que abre toda uma nova dimensão para esse Sermão. Jesus nos
promete a felicidade, mas não nessa vida. Todos os “se’s” são dessa vida, todos
os “então’s” são celestes. Uma conclusão possível seria desanimadora: ‘esquece!,
nessa vida não haverá felicidades como no Céu!; desencana!’. Mas não. No
tumulto da vida terrena, a promessa de felicidade celeste já nos enche de
esperança. No exato momento em que o sujeito se recobre de esperança, ele já
começou a ser feliz. A esperança é o aperitivo necessário para o banquete da
felicidade.
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