segunda-feira, 9 de abril de 2018

Nada pessoal


Juan Carlos Osorio, em entrevista coletiva, disse certa vez: Aprendi a não tomar nada como pessoal. Na maioria das vezes, as críticas não são a mim especificamente, mas àquilo que eu represento. As críticas não são ao Osório, mas ao técnico; ou ao técnico estrangeiro; ou ao técnico com background acadêmico.
Aquilo me tocou. E tenho tentado aplicar à minha vida. Não tomar as coisas como algo pessoal. Nem sempre é fácil.
Personas. Somos personas. Somos personagens em cada cenário de nossas vidas. Vestimos máscaras. Representamos funções. A crítica, tomada como pessoal, pode afastar o desejo de continuar. Mas virá outra pessoa, representando aquela mesma função, e a crítica permanecerá. Se a função é necessária, haverá um personagem, e esse personagem será criticado.
Mas, oras, se a função é mesmo necessária, a crítica então será conseqüência natural, ato contínuo. Se a persona não agüenta, a estrutura – para a qual a função era necessária – cai.
(...)
Criticar é preciso. Aguentar a crítica... também.

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