A grande maioria dos casamentos se inicia abençoada pela Primeira
Carta de São Paulo aos Coríntios (“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e
dos anjos, e não tivesse amor...“). É um trecho que dá primazia à virtude do
AMOR. Linda, sem dúvida.
Mas o AMOR – caridade – é ‘apenas’ uma das 3 virtudes teologais. E
tenho pra mim, cada vez mais forte, que as 3 agem em conjunto, um tripé. O amor
na alegria e na saúde é mais fácil. Já na tristeza e na doença, pode sacolejar.
E aí, só é possível segurar a peteca e retomar a linha usando-se da FÉ e da
ESPERANÇA.
Retomando ao caso do meu amigo Cepa: a relação dele com sua
esposa Laura deve ter mudado bastante. Diante do ‘obstáculo’ na relação, o
desafio na rotina do AMOR causado pela doença, a toada foi retomada porque
mergulharam na FÉ. A FÉ é a entrega total, é a resignação prazerosa, é aceitar
de bom grado o ‘Seja Feita a SUA Vontade’.
Mas o ponto central do meu argumento nesse texto é a 3ª
virtude teologal: a ESPERANÇA.
Não devemos deixar que o insucesso na batalha pela vida do nosso amigo nos leve a achar que a esperança nesses 11 meses tenha sido em vão. Ou pior: que tenha sido um grande delírio coletivo. Acho que se diz que a esperança é a última que morre porque ela é capaz de se renovar. Se tínhamos a esperança que o Cepa sobrevivesse, agora temos a esperança que ele, lá de cima, ajude a Laura e as meninas a terem uma vida legal por aqui. Mas tampouco é esse o ponto central da esperança. Se fosse só isso, ainda assim, poderia ser considerado um mero auto-engano em massa, sempre aguardando a próxima decepção. NÃO. A esperança é o próprio caminho feliz. Também se diz que o melhor da festa é esperar por ela. Não é pra tanto (a festa – a vida eterna – ainda é o melhor), mas a espera já traz, sim, felicidade. Como disse aqui, “(...) no tumulto da vida terrena, a promessa de felicidade celeste já nos enche de esperança. No exato momento em que o sujeito se recobre de esperança, ele já começou a ser feliz. A esperança é o aperitivo necessário para o banquete da felicidade. (...)
Não devemos deixar que o insucesso na batalha pela vida do nosso amigo nos leve a achar que a esperança nesses 11 meses tenha sido em vão. Ou pior: que tenha sido um grande delírio coletivo. Acho que se diz que a esperança é a última que morre porque ela é capaz de se renovar. Se tínhamos a esperança que o Cepa sobrevivesse, agora temos a esperança que ele, lá de cima, ajude a Laura e as meninas a terem uma vida legal por aqui. Mas tampouco é esse o ponto central da esperança. Se fosse só isso, ainda assim, poderia ser considerado um mero auto-engano em massa, sempre aguardando a próxima decepção. NÃO. A esperança é o próprio caminho feliz. Também se diz que o melhor da festa é esperar por ela. Não é pra tanto (a festa – a vida eterna – ainda é o melhor), mas a espera já traz, sim, felicidade. Como disse aqui, “(...) no tumulto da vida terrena, a promessa de felicidade celeste já nos enche de esperança. No exato momento em que o sujeito se recobre de esperança, ele já começou a ser feliz. A esperança é o aperitivo necessário para o banquete da felicidade. (...)
Aliás, o texto do link é sobre o Evangelho da Montanha – coincidentemente a Homilia de hoje – e justamente sobre a lógica "faça isso na Terra e tenha a esperança daquilo no Céu".
Hoje é Dia de Finados e a reflexão nos diz: “para todos os
povos da humanidade, (...) a morte continua a ser o maior e mais profundo dos
mistérios. Mas, para os cristãos, tem o gosto
da esperança, (...) é apenas a porta de entrada para desfrutar com Ele a
vida eterna no Reino do Pai. (...) Enquanto para todos os homens a morte é a
única certeza absoluta, para os cristãos ela é a primeira de duas certezas; a
segunda é a ressurreição que nos leva a aceitar o fim da vida terrena com
compreensão e consolo”. Em suma, esperança.
O Cepa viveu melhor nesses 11 meses – de fato, na realidade,
não apenas ‘potencialmente’ – pois teve o coração cheio de ESPERANÇA. Todos nós nos preparamos. Chegou a
hora da sua festa.
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