'O conhecimento é subtrativo, não aditivo; é o que nós rejeitamos (o que não funciona, o que não devemos fazer), e não o que acrescentamos (o que
fazemos ou devemos fazer).'
Daí, surgem alguns corolários interessantes como:
'A melhor maneira de se achar um charlatão: aquele que te
aconselha o que deve ser feito ao invés de aconselhar o que NÃO deve ser
feito'.
Ou:
'O idiota acha que a Verdade é a busca pelo conhecimento; o
sábio sabe que a Verdade é a busca pelo que se ignora.'
Ou:
'O conhecimento será sempre limitado; o desconhecido será
sempre ilimitado.' (meu preferido)
Taleb não é o primeiro a falar do conceito, claro. Trata-se
de alicerce para uma das principais ideias de Karl Popper (na verdade, crítica ao processo de indução), o famigerado 'cisne negro': um milhão de cisnes
brancos não são suficientes para afirmarmos que 'todo cisne é branco'; um único
cisne negro já é suficiente para afirmarmos que 'nem todo cisne é branco'. O
conhecimento é subtrativo!
É como uma criança que nasce e acha que tudo é possível. Aos
poucos, o 'mundo' vai falando: isso não dá certo, aquilo é errado, e o mundo
vai se 'estreitando'. Como o conhecimento subtrai, as possibilidades ficam (mais
assertivas mas) menores. Podemos pensar assim em política, empreendedorismo,...
[Lógico que algumas situações são circunstanciais e mudam
com o tempo; não estamos falando sobre essas...]
Em termos mais amplos, a psicologia adaptou o conceito com a
ideia de que 'é muito mais fácil saber o que NÃO se quer do que aquilo que de
fato queremos'. Isto é, não sei se quero ser engenheiro, mas tenho certeza de que
não quero ser médico. Não sei se quero continuar no meu trabalho, mas tenho
certeza que não quero abrir um restaurante.
Isso tudo já aparece em Schopenhauer (sintetizado por Marco Lucchesi):
'Notamos a dor, mas não sua falta; a angústia, mas não a serenidade: o
bem-estar - portanto - é absolutamente negativo.'
Acho tudo isso bem elegante.
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