"Bubos no Paraíso, a nova classe alta e como chegou lá" foi uma grata surpresa indicada pela amiga Tati. O livro faz uma análise crítica, bem humorada e irônica sobre a atual classe alta.
Passeando sobre temas como consumo, prazer, vida empresarial, espiritual e política, o autor se inclui na classe, tornando a tirada mais sutil. Ao longo do livro, identifiquei vários traços de muita gente ao meu redor, incluindo - lógico - eu mesmo...
Sem querer estragar o prazer da leitura, quis repassar aqui alguns trechos, tão espetaculares.
Em essência, a nova classe alta é uma CONCILIADORA de conceitos até então quase diametralmente opostos. O neologismo "bubo" vem de burgueses boêmios. Historicamente conflitantes, burguesia e boemia se encontram na atual classe alta: desejosa de grana e lazer, de ortodoxia e flexibilidade.
São pessoas que querem “mostrar - e não para si mesmos - que embora tenham chegado ao topo da escala não se tornaram todas as coisas que ainda professam desprezar.(...) Que navegam as águas rasas entre sua riqueza e o respeito próprio. Que conciliam seu sucesso com espiritualidade, seu status de elite com ideais igualitários (...). Portam adesivos 'Abaixo a autoridade' nos carros, mas dirigem empresas com 200 subordinados. São ricos mas contra o materialismo. Passam a vida vendendo, mas se preocupam em não se vender.”
São ricos bem sucedidos e, ao mesmo tempo, rebeldes de espírito livre; conciliam o espírito da imaginação com o culto ao resultado financeiro. São prósperos sem parecer gananciosos, agradam os mais velhos sem parecer conformistas, ascenderam ao topo sem que tivessem desprezado explicitamente quem está embaixo, alcançaram o sucesso sem que tivessem cometido certas afrontas socialmente sancionadas ao ideal de igualdade social, são mais religiosos mas sem ser submissos às autoridades religiosas...
Possuem carros com tração nas quatro rodas, mesmo sabendo que, no máximo, vão enfrentar algumas estradas esburacadas. Gostam de trabalhar de jeans e camiseta. Colecionam objetos de culturas nativas ou possuem decoração rústica no meio da sala de alguns milhares de dólares.
Esse (não tão) aparente paradoxo é a tônica do livro, recheado de exemplos reais que são, justamente, onde nos reconhecemos.
Se, antigamente, o início de uma conversa da classe alta era “De onde você veio? Quem são seus pais?” (pois o sangue bastava para definir a elite), hoje passou a ser “O que você faz?”. Talvez por isso, a angústia da classe alta atual seja a consciência de que não se consegue garantir o filho nessa mesma elite.
Uma característica que destaco é o que o autor chama de “perfeição das pequenas coisas”: a classe alta deseja saber (e sabe!) tudo sobre ferramentas, fotos, filmes, esportes, decoração, construção... E gasta muito dinheiro com tudo isso. Por trás, é o desejo de dar importância ao não-trabalho, como se usar a inteligência só no âmbito profissional fosse um desperdício. O mundo não podia perder tanto talento...
Outra parte em que me diverti bastante foi sobre as férias. A elite atual não deseja aquela viagem tradicional para Paris para pedir a namorada em casamento. Não cogita aquele passeio com a família toda para Costa do Sauipe com a CVC. Isso é passado, isso é (só) burguês. Hoje, a elite quer passear sem rumo pela Europa (“só comprei a passagem de ida e a de volta...”), quer conhecer Camboja e Moçambique, aprender francês no Senegal, fazer trilha que “os soldados de Alexandre, o Grande, só fizeram porque estavam ameaçados de morte”...
A atual classe alta é a mãe do “politicamente correto”: já não se incomoda com beijo gay no meio do shopping; mas “ai” de alguém que quiser defender o lucro de uma empresa sem se preocupar com o ambiente.
Pra mim, que sou crítico do “moleque vermelhinho que vai conhecer Cuba com o Amex do pai” e da “menina que larga o acampamento do MST por 2 meses para fazer um intercâmbio em Londres”, foi um balde de água fria. O livro me mostrou que, embora em uma escala bem menor, eu também sou um prato cheio de “incoerências”.
quinta-feira, 31 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
A lógica da vida e um - por enquanto único - bom argumento pró cotas
Acabei de ler "A lógica da vida", de Tim Harford, indicação do amigo Balu.
O autor defende o processo decisório racional sobre todas as coisas, ou seja, diametralmente oposto a um outro economista que já citei por aqui, Dan Ariely, de quem sou fã.
Harford discorre sobre o aumento do sexo oral, a concentração de mesmas etnias em alguns bairros, os riscos de crimes violentos, as vantagens da cidade em relação a zonas rurais, sempre usando lógica ou incentivos racionais para embasar a decisão dos "atores" desses casos.
O livro é interessante.
Mas o que me motivou a escrever um post sobre o livro é o primeiro - e até agora único - bom argumento para cotas raciais em universidades.
Harford divide o racismo em duas categorias: o racismo de preferência e o racismo racional.
O primeiro se trata de uma opção sem muito embasamento: alguém pretere um negro simplesmente porque não gosta de negros. É uma estratégia burra pois acaba se perdendo o funcionário negro preparado para um concorrente não racista, ou seja, está condenada a desaparecer no longo prazo.
Já o racismo racional é o perigoso, pois é baseado em estatísticas e, portanto, tende a dar lucro e/ou ser sustentável. Um executivo que tem tempo para fazer apenas 5 entrevistas, por exemplo, tende a otimizar a "pré-escolha" desses 5 candidatos. Como - é fato - os negros estatisticamente ainda possuem uma educação de mais baixo nível do que brancos, é racional que o executivo já pré-escolha 5 brancos para as 5 únicas entrevistas para aquela 1 vaga.
Daí, a lógica de garantir cotas para negros: quebrar esse paradigma de que negros estatisticamente tiveram uma educação pior. A partir do momento que o tal executivo questionar a estatística ou, em outras palavras, começar a desconfiar que ela possa estar mudando, ele não terá porque pré-escolher 5 brancos para seu curto tempo.
Ainda tenho convicção de que os malefícios das cotas são muito maiores que os benefícios, mas quis deixar registrado um bom argumento contrário, além da minha disposição em rever ou questionar minhas certezas...
O autor defende o processo decisório racional sobre todas as coisas, ou seja, diametralmente oposto a um outro economista que já citei por aqui, Dan Ariely, de quem sou fã.
Harford discorre sobre o aumento do sexo oral, a concentração de mesmas etnias em alguns bairros, os riscos de crimes violentos, as vantagens da cidade em relação a zonas rurais, sempre usando lógica ou incentivos racionais para embasar a decisão dos "atores" desses casos.
O livro é interessante.
Mas o que me motivou a escrever um post sobre o livro é o primeiro - e até agora único - bom argumento para cotas raciais em universidades.
Harford divide o racismo em duas categorias: o racismo de preferência e o racismo racional.
O primeiro se trata de uma opção sem muito embasamento: alguém pretere um negro simplesmente porque não gosta de negros. É uma estratégia burra pois acaba se perdendo o funcionário negro preparado para um concorrente não racista, ou seja, está condenada a desaparecer no longo prazo.
Já o racismo racional é o perigoso, pois é baseado em estatísticas e, portanto, tende a dar lucro e/ou ser sustentável. Um executivo que tem tempo para fazer apenas 5 entrevistas, por exemplo, tende a otimizar a "pré-escolha" desses 5 candidatos. Como - é fato - os negros estatisticamente ainda possuem uma educação de mais baixo nível do que brancos, é racional que o executivo já pré-escolha 5 brancos para as 5 únicas entrevistas para aquela 1 vaga.
Daí, a lógica de garantir cotas para negros: quebrar esse paradigma de que negros estatisticamente tiveram uma educação pior. A partir do momento que o tal executivo questionar a estatística ou, em outras palavras, começar a desconfiar que ela possa estar mudando, ele não terá porque pré-escolher 5 brancos para seu curto tempo.
Ainda tenho convicção de que os malefícios das cotas são muito maiores que os benefícios, mas quis deixar registrado um bom argumento contrário, além da minha disposição em rever ou questionar minhas certezas...
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Por que dirigimos assim?
Acabei de ler um livro espetacular, por indicação do meu amigo Balu.
"Por que dirigimos assim?" (no original, "Traffic") de Tom Vanderbilt, fala sobre o nosso comportamento no trânsito. Psicologia misturada com fatores econômicos.
Passamos mais tempo no trânsito do que comendo, transando ou se lavando. É justo que se faça um bom estudo desse "momento". Passando por comparações com outros animais, viajando por diversas cidades no mundo, passeando pela história, o autor faz um belo trabalho.
Se a leitura fosse obrigatória para tirar a CNH, haveria menos trânsito e morte nas ruas. Com o risco de poder simplificar demais, coloco aqui alguns pontos principais ('meio tosco', porque em tópicos). Tomara que já seja suficiente para mudar o comportamento de meia dúzia de pessoas.
Obviamente não é o suficiente para substituir a leitura do livro inteiro.
Tentei separar em categorias, mas as coisas se misturam...
LOGÍSTICA E ESTATÍSTICAS
-Aproveite sempre uma faixa adicional até o último instante, de forma que todo o potencial da via seja usado. Em alguns países , trata-se de uma obrigação: só é permitido sair da faixa adicional ao seu final. Ex: em São Paulo, a 4ª faixa na JK antes do túnel indo para o Ibirapuera.
-‘O mais lento é o mais rápido’: em um experimento controlado, 1kg de arroz jogado bruscamente num funil levou 40s para passar; jogado de maneira mais lenta, o mesmo volume passou em 27s. Esse conceito aplicado ao trânsito se dá através da sinalização regulando o acesso às grandes vias. Em SP, haverá sinais controlando o acesso às Marginais.
-Rotatórias bem planejadas reduzem até 65% dos atrasos, quando comparadas a semáforos.
-Estima-se que para cada colisão, existem outras 9 ‘cagadas’ semelhantes que, por alguma sorte, não resultaram em colisão.
-O uso de viva-voz não reduz de forma relevante a quantidade de acidentes relacionados ao uso de celular enquanto se dirige. A justificativa é que a maioria das ocorrências se dá no momento da digitação, e não da fala/escuta.
-De 1983 a 2001, o número de viagens por família para fazer compras dobrou nos EUA. Hoje, mais pessoas dirigem aos sábados às 13h do que nos horários de rush durante a semana.
-Cerca de 80% do uso de faixas exclusivas para veículos com mais de 1 pessoa se dá para o transporte de “atendimento ao passageiro” (mãe, pai, motorista levando outro alguém); ou seja, não contempla a ideia original (carona) de evitar um veículo adicional na rua.
-Famílias maiores resultam em mais viagens e mais deslocamento. No entanto, os kms rodados pelos homens quase não variam em função do número de membros da família. Ou seja, a maior parte do adicional de deslocamento de uma família maior é feito por mulheres, que passam a não conseguir escolher muito o horário em que dirigem, pegando os horários de rush, quando é mais difícil dirigir. Daí, talvez, a origem da idéia de que mulheres dirigem pior.
-Comprado um carro, o custo marginal de cada viagem é baixo, isto é, não há incentivos para não dirigir mais uma vez. A conclusão óbvia é que o preço do carro deveria ser ainda mais alto. [Estranho porque o Brasil tem uma das maiores tributações do mundo nos veículos e o trânsito continua ruim. Outro ponto é que aumentar o preço do carro no Brasil poderia causar um grande problema social: como dizer para a nova classe consumidora recém chegada que eles vão continuar sem conseguir comprar o tão sonhado carro. E o desemprego nas montadoras se a demanda caísse?]
-Estudos comprovam que motoristas em vias desconhecidas são 25% menos eficientes. Se todos os motoristas soubessem de antemão o trajeto exato, haveria 2% menos deslocamento no mundo.
-O mapeamento de 100% do trânsito de uma cidade, com chips em todos os veículos e processamento de dados rápido o suficiente para indicar a situação online das vias, está, do ponto de vista tecnológico, muito próximo e viável. As discussões e dúvidas atuais ocorrem na maneira de tratar ou prever a (re-)adaptação dos motoristas a partir das novas informações.
-A velocidade média em rotatórias é a metade da velocidade de passagem em cruzamentos convencionais, aumentando a segurança dos pedestres ao redor.
-Em estradas, os motoristas não deveriam dirigir mais de 1 minuto sem alguma curvatura, mesmo que bem leve.
-Um estudo na Austrália mostrou que 50% dos custos médicos em acidentes de carro são de ferimentos na cabeça. A utilização de simples capacetes poderia reduzir as ocorrências em 25%.
-Nos EUA, as mortes no trânsito apenas aos sábados e domingos, das 24:00 às 03:00, são em maior número do que a soma de todos os demais horários. Ou seja, mais de 50% das mortes no trânsito acontecem em apenas 3,6% do tempo (6h em 168h possíveis na semana)
PSICOLOGIA, VIESES E CONSTATAÇÕES
-A seqüência de faixas horizontais pintadas no chão de estradas, perpendiculares ao sentido do tráfego, têm o objetivo de levar a percepção de velocidade para a percepção visual (o tempo para cruzar as faixas). Em curvas mais perigosas, a distância entre as faixas é menor, ‘iludindo’ o motorista que, acreditando que está mais rápido (afinal, o tempo entre as faixas diminuiu), inconscientemente reduz a velocidade. Ex: Dutra perto de Aparecida.
-Um estudo controlado mostrou que os veículos passam mais rápidos e mais perto de ciclistas com capacete (comparado com ciclistas sem capacete). Uma interpretação possível é o aumento da confiança mútua. Do ponto de vista do ciclista, o fato passa a ser um contra-senso: usar ou não usar o capacete?
-A impressão que a outra faixa sempre anda mais rápido: na média, a quantidade de ultrapassagens é a mesma; o que muda é o tempo: o tempo que gastamos para ultrapassar é menor do que o tempo em que somos ultrapassados, causando a falsa impressão de que fomos ultrapassados mais vezes do que ultrapassamos
-Paradoxo dinheiro-deslocamento: em tese, morar mais longe do trabalho é uma ‘não-opção’ (quem mora mais longe é porque não teve outra opção). Mas os dados mostram que, conforme a renda sobe, o deslocamento no trânsito casa-trabalho também aumenta.
-Harvard: nos incomodamos mais com a VARIAÇÃO no tempo de deslocamento do que com o tempo de trânsito em si.
-Pessoas recém divorciadas são mais propensas a colisões fatais (Bebida? Tristeza? Viagem? Buscando filho?).
-Pessoas que nunca se casaram são mais propensas a colisões não fatais. (Nova Zelândia)
-Em uma interessante experiência na Holanda, as autoridades colocaram 2 lanternas cravadas no chão e apontadas para o alto na entrada da cidade (ou seja, na transição estrada-cidade), sugerindo que a largura da via fosse menor do que de fato o era. O objetivo era criar uma espécie de ‘lombada virtual’ e os resultados mostraram que a medida foi muito mais eficiente do que uma sinalização convencional de velocidade máxima. Mesmo os motoristas acostumados com a passagem diminuíam mais a velocidade com receio da reação de eventuais novatos.
-Hipótese de compensação (ou homeostase de risco): estradas percebidas como extremamente seguras comumente geram sonolência e levam a mais acidentes. Nosso comportamento muda de acordo com o risco percebido.
-Quando você estiver muito seguro, fique vigilante: a maioria dos acidentes continua sendo em estradas secas, em dias ensolarados, com motoristas sóbrios.
-Estudo em Munique (ALE) descobriu que veículos com freios ABS andavam a velocidades maiores e também mais próximos do carro da frente do que veículos sem o sistema. Novamente, a sensação de segurança faz com que motoristas assumam mais riscos. O impacto do ABS na ocorrência de colisões fatais foi próximo a zero.
-O risco de acidente envolvendo veículos com passageiro é menor quando comparado a uma viagem solitária. Essa diferença aumenta quando o motorista é homem. (Responsabilidade? Proteção à mulher? Instinto de preservação do filho? Bronca da parceira?) Um grupo de exceção desse estudo é adolescente: com mais pessoas no carro, os motoristas adolescentes são mais ousados.
-Todo tipo de segregação entre os meios de transporte (por exemplo, uma mureta entre uma rua normal e uma ciclovia) faz com que os motoristas aumentem a velocidade. Quando a separação não é tão óbvia, como nas calçadas sem degraus (sem meio fio?) integradas com as vias da Suíça, onde a possibilidade de uma criança correr pra rua, por exemplo, é mais real, os veículos andam mais devagar. A mudança de comportamento ocorre até de forma gradual: mureta, cone, faixa pintada...
-Desde 1960, quando o Departamento de Estado do EUA começou a mapear o terrorismo, menos de 5.000 americanos morreram por ataques terroristas, ou seja, mais ou menos a mesma quantidade de americanos mortos por relâmpago. No entanto, 40.000 americanos morrem em acidentes veiculares todo ano. O número de mortes no trânsito dos EUA por mês é maior do que a quantidade de vítimas no 11 de setembro. Mesmo assim, os americanos estão dispostos a restringir liberdades civis para combater o terrorismo, mas não aceitam regras mais rígidas no trânsito. Na Inglaterra, o mesmo fenômeno: 10.000 pessoas se reuniram para protestar contra o bombardeio de 7 de julho de 2005. No entanto, a quantidade de vítimas no atentado equivale às mortes em 6 dias de trânsito no país.
-O número de mortes no trânsito dos EUA nos 3 meses seguintes ao atentado de 11 de setembro foi 9% maior do que nos mesmos meses dos anos anteriores. Como a quantidade de viagens aéreas diminuiu consideravelmente após o atentado, é de se supor que as pessoas trocaram o avião pelo carro e morreram por isso.
COLISÕES E SEGURANÇA
-50% de todas as colisões nos EUA acontecem em cruzamentos. Mais um argumento para o uso de rotatórias.
-Um estudo sobre a conversão de 24 cruzamentos convertidos em rotatórias nos EUA chegou às seguintes conclusões: colisões totais caíram 40%, colisões com lesões caíram 76% e as colisões fatais caíram 90%.
-Segundo um estudo da Universidade de Michigan, em 70% dos acidentes entre carros e caminhões, o motorista do carro é o responsável pela colisão (batendo por trás, mudando de pista, ultrapassando,...)
-Um dispositivo para estradas muito homogêneas é o sonorizador. Um estudo controlado mostrou que a introdução de sonorizadores na Pensilvânia reduziu os acidentes em 70%.
-Em Los Angeles, mais pedestres urbanos morrem atravessando legalmente a faixa de pedestres do que quando atravessam a rua sem observar as regras. Obviamente, o número de pedestres que segue a lei é maior mas, mesmo assim, o dado é constrangedor.
-Embora as mulheres se envolvam em mais colisões não fatais do que os homens, as colisões fatais envolvem cerca de duas vezes mais homens do que mulheres (‘normatizando’ por diversas métricas: milhões de milhas percorridas, milhões de trajetos percorridos, milhões de minutos dirigindo).
-A linha de pensamento ‘mainstream’ das autoridades e engenheiros de trânsito sempre foi a chamada ‘segurança passiva’: vias pensadas para diminuir os riscos e/ou consertar as conseqüências quando os erros ocorrem, já que esses são inevitáveis. Isso começa a ser questionado. A autoconfiança (e portanto os exageros) dos motoristas em vias bem tratadas mais do que compensa o planejamento para minimizar os riscos a partir do erro, gerando mais acidentes. Ex1: estudos controlados mostram que o índice de acidentes fatais não cresce com neblina/visibilidade limitada; Ex2: moradias mais distantes da via (e portanto com uma maior área de escape para os erros dos motoristas) fez com que eles aumentassem a velocidade e o índice de acidentes aumentasse; Ex3: a retirada de árvores cercando vias (já que motoristas podiam se colidir com elas) fez com que os pedestres ao redor ficassem menos protegidos, as velocidades aumentassem e fosse necessário colocar lombadas e implantar radares, criando um círculo auto-alimentável.
-As fatalidades no trânsito por km percorrido diminuem ano a ano na mesma velocidade, quando se compara o início do século XX com as últimas décadas. Ou seja, o risco que os motoristas assumem vai compensando as tecnologias de segurança.
-O risco de mortalidade no banco traseiro é 26% mais baixo do que no banco da frente. O banco traseiro é mais seguro que airbags.
-Na década de 80, especialistas previram que a 3ª lâmpada de freio poderia reduzir os acidentes em 50%. No início da implantação, a redução foi de 15% e hoje é de 4%. Ou seja, talvez suficiente para todo o custo de implantação, mas bem menor que a previsão inicial.
-Resumindo, ‘fatores humanos’ – e não mal-funcionamento do veículo, quebra ou clima – são responsáveis por 90% das colisões.
ESTACIONAMENTO
-Um estudo comparou estratégias de estacionamento: as pessoas que param na primeira vaga disponível, longe do ‘melhor lugar’ (que seria em frente à entrada do mercado, por exemplo), chegam mais rápido ao destino (no exemplo, o mercado em si) do que aquelas pessoas que foram procurar (e acabam esperando) vagas na fila mais perto do ‘melhor lugar’ (no exemplo, a entrada do mercado), mesmo tendo que andar menos a pé (para entrar no mercado).
-Em centros comerciais, de 20% a 45% (dependendo da cidade americana) do trânsito se deve à procura por vagas para estacionar. A sugestão de especialistas é que a Zona Azul fosse MUITO mais cara do que é hoje, com o preço variando de rua para rua, de tal forma que a cada 6 vagas, sempre houvesse 1 vaga livre para se parar com Zona Azul.
CULTURA E CURIOSIDADES
-Gastamos mais tempo no trânsito do que comendo, transando ou se lavando.
Existe restrição a determinado tipo de trânsito (carroças maiores) desde a Roma Antiga.
-Você sabia?: Os “guardas vermelhos”, durante a Revolução Cultural da China, propuseram inverter as cores das luzes nos sinais: vermelho significaria “Avance” e o verde seria para “Parar”.
-Você sabia?: Na Finlândia, algumas multas de trânsito são calculadas com base na renda após os impostos, com o objetivo de combater a natureza regressiva das multas (já que um valor fixo de multa é proporcionalmente menos relevante para uma pessoa rica, que teria menos incentivos para não cometer a infração). Um empresário do ramo da internet teve que pagar US$71.400 por dirigir a 69km/h numa via com velocidade máxima permitida de 40km/h.
-Segundo o presidente do Instituto de Educação de Trânsito de Nova Deli, cerca de 110 milhões de violações de trânsito são cometidas por dia na cidade.
-Estudos ingleses sugerem que o mau comportamento no volante é inversamente proporcional às instituições democráticas. Em estados autoritários, o trânsito é o único lugar em que o ‘pequeno homem’ é igual ao ‘grande homem’; só lá aquele consegue ultrapassar este.
"Por que dirigimos assim?" (no original, "Traffic") de Tom Vanderbilt, fala sobre o nosso comportamento no trânsito. Psicologia misturada com fatores econômicos.
Passamos mais tempo no trânsito do que comendo, transando ou se lavando. É justo que se faça um bom estudo desse "momento". Passando por comparações com outros animais, viajando por diversas cidades no mundo, passeando pela história, o autor faz um belo trabalho.
Se a leitura fosse obrigatória para tirar a CNH, haveria menos trânsito e morte nas ruas. Com o risco de poder simplificar demais, coloco aqui alguns pontos principais ('meio tosco', porque em tópicos). Tomara que já seja suficiente para mudar o comportamento de meia dúzia de pessoas.
Obviamente não é o suficiente para substituir a leitura do livro inteiro.
Tentei separar em categorias, mas as coisas se misturam...
LOGÍSTICA E ESTATÍSTICAS
-Aproveite sempre uma faixa adicional até o último instante, de forma que todo o potencial da via seja usado. Em alguns países , trata-se de uma obrigação: só é permitido sair da faixa adicional ao seu final. Ex: em São Paulo, a 4ª faixa na JK antes do túnel indo para o Ibirapuera.
-‘O mais lento é o mais rápido’: em um experimento controlado, 1kg de arroz jogado bruscamente num funil levou 40s para passar; jogado de maneira mais lenta, o mesmo volume passou em 27s. Esse conceito aplicado ao trânsito se dá através da sinalização regulando o acesso às grandes vias. Em SP, haverá sinais controlando o acesso às Marginais.
-Rotatórias bem planejadas reduzem até 65% dos atrasos, quando comparadas a semáforos.
-Estima-se que para cada colisão, existem outras 9 ‘cagadas’ semelhantes que, por alguma sorte, não resultaram em colisão.
-O uso de viva-voz não reduz de forma relevante a quantidade de acidentes relacionados ao uso de celular enquanto se dirige. A justificativa é que a maioria das ocorrências se dá no momento da digitação, e não da fala/escuta.
-De 1983 a 2001, o número de viagens por família para fazer compras dobrou nos EUA. Hoje, mais pessoas dirigem aos sábados às 13h do que nos horários de rush durante a semana.
-Cerca de 80% do uso de faixas exclusivas para veículos com mais de 1 pessoa se dá para o transporte de “atendimento ao passageiro” (mãe, pai, motorista levando outro alguém); ou seja, não contempla a ideia original (carona) de evitar um veículo adicional na rua.
-Famílias maiores resultam em mais viagens e mais deslocamento. No entanto, os kms rodados pelos homens quase não variam em função do número de membros da família. Ou seja, a maior parte do adicional de deslocamento de uma família maior é feito por mulheres, que passam a não conseguir escolher muito o horário em que dirigem, pegando os horários de rush, quando é mais difícil dirigir. Daí, talvez, a origem da idéia de que mulheres dirigem pior.
-Comprado um carro, o custo marginal de cada viagem é baixo, isto é, não há incentivos para não dirigir mais uma vez. A conclusão óbvia é que o preço do carro deveria ser ainda mais alto. [Estranho porque o Brasil tem uma das maiores tributações do mundo nos veículos e o trânsito continua ruim. Outro ponto é que aumentar o preço do carro no Brasil poderia causar um grande problema social: como dizer para a nova classe consumidora recém chegada que eles vão continuar sem conseguir comprar o tão sonhado carro. E o desemprego nas montadoras se a demanda caísse?]
-Estudos comprovam que motoristas em vias desconhecidas são 25% menos eficientes. Se todos os motoristas soubessem de antemão o trajeto exato, haveria 2% menos deslocamento no mundo.
-O mapeamento de 100% do trânsito de uma cidade, com chips em todos os veículos e processamento de dados rápido o suficiente para indicar a situação online das vias, está, do ponto de vista tecnológico, muito próximo e viável. As discussões e dúvidas atuais ocorrem na maneira de tratar ou prever a (re-)adaptação dos motoristas a partir das novas informações.
-A velocidade média em rotatórias é a metade da velocidade de passagem em cruzamentos convencionais, aumentando a segurança dos pedestres ao redor.
-Em estradas, os motoristas não deveriam dirigir mais de 1 minuto sem alguma curvatura, mesmo que bem leve.
-Um estudo na Austrália mostrou que 50% dos custos médicos em acidentes de carro são de ferimentos na cabeça. A utilização de simples capacetes poderia reduzir as ocorrências em 25%.
-Nos EUA, as mortes no trânsito apenas aos sábados e domingos, das 24:00 às 03:00, são em maior número do que a soma de todos os demais horários. Ou seja, mais de 50% das mortes no trânsito acontecem em apenas 3,6% do tempo (6h em 168h possíveis na semana)
PSICOLOGIA, VIESES E CONSTATAÇÕES
-A seqüência de faixas horizontais pintadas no chão de estradas, perpendiculares ao sentido do tráfego, têm o objetivo de levar a percepção de velocidade para a percepção visual (o tempo para cruzar as faixas). Em curvas mais perigosas, a distância entre as faixas é menor, ‘iludindo’ o motorista que, acreditando que está mais rápido (afinal, o tempo entre as faixas diminuiu), inconscientemente reduz a velocidade. Ex: Dutra perto de Aparecida.
-Um estudo controlado mostrou que os veículos passam mais rápidos e mais perto de ciclistas com capacete (comparado com ciclistas sem capacete). Uma interpretação possível é o aumento da confiança mútua. Do ponto de vista do ciclista, o fato passa a ser um contra-senso: usar ou não usar o capacete?
-A impressão que a outra faixa sempre anda mais rápido: na média, a quantidade de ultrapassagens é a mesma; o que muda é o tempo: o tempo que gastamos para ultrapassar é menor do que o tempo em que somos ultrapassados, causando a falsa impressão de que fomos ultrapassados mais vezes do que ultrapassamos
-Paradoxo dinheiro-deslocamento: em tese, morar mais longe do trabalho é uma ‘não-opção’ (quem mora mais longe é porque não teve outra opção). Mas os dados mostram que, conforme a renda sobe, o deslocamento no trânsito casa-trabalho também aumenta.
-Harvard: nos incomodamos mais com a VARIAÇÃO no tempo de deslocamento do que com o tempo de trânsito em si.
-Pessoas recém divorciadas são mais propensas a colisões fatais (Bebida? Tristeza? Viagem? Buscando filho?).
-Pessoas que nunca se casaram são mais propensas a colisões não fatais. (Nova Zelândia)
-Em uma interessante experiência na Holanda, as autoridades colocaram 2 lanternas cravadas no chão e apontadas para o alto na entrada da cidade (ou seja, na transição estrada-cidade), sugerindo que a largura da via fosse menor do que de fato o era. O objetivo era criar uma espécie de ‘lombada virtual’ e os resultados mostraram que a medida foi muito mais eficiente do que uma sinalização convencional de velocidade máxima. Mesmo os motoristas acostumados com a passagem diminuíam mais a velocidade com receio da reação de eventuais novatos.
-Hipótese de compensação (ou homeostase de risco): estradas percebidas como extremamente seguras comumente geram sonolência e levam a mais acidentes. Nosso comportamento muda de acordo com o risco percebido.
-Quando você estiver muito seguro, fique vigilante: a maioria dos acidentes continua sendo em estradas secas, em dias ensolarados, com motoristas sóbrios.
-Estudo em Munique (ALE) descobriu que veículos com freios ABS andavam a velocidades maiores e também mais próximos do carro da frente do que veículos sem o sistema. Novamente, a sensação de segurança faz com que motoristas assumam mais riscos. O impacto do ABS na ocorrência de colisões fatais foi próximo a zero.
-O risco de acidente envolvendo veículos com passageiro é menor quando comparado a uma viagem solitária. Essa diferença aumenta quando o motorista é homem. (Responsabilidade? Proteção à mulher? Instinto de preservação do filho? Bronca da parceira?) Um grupo de exceção desse estudo é adolescente: com mais pessoas no carro, os motoristas adolescentes são mais ousados.
-Todo tipo de segregação entre os meios de transporte (por exemplo, uma mureta entre uma rua normal e uma ciclovia) faz com que os motoristas aumentem a velocidade. Quando a separação não é tão óbvia, como nas calçadas sem degraus (sem meio fio?) integradas com as vias da Suíça, onde a possibilidade de uma criança correr pra rua, por exemplo, é mais real, os veículos andam mais devagar. A mudança de comportamento ocorre até de forma gradual: mureta, cone, faixa pintada...
-Desde 1960, quando o Departamento de Estado do EUA começou a mapear o terrorismo, menos de 5.000 americanos morreram por ataques terroristas, ou seja, mais ou menos a mesma quantidade de americanos mortos por relâmpago. No entanto, 40.000 americanos morrem em acidentes veiculares todo ano. O número de mortes no trânsito dos EUA por mês é maior do que a quantidade de vítimas no 11 de setembro. Mesmo assim, os americanos estão dispostos a restringir liberdades civis para combater o terrorismo, mas não aceitam regras mais rígidas no trânsito. Na Inglaterra, o mesmo fenômeno: 10.000 pessoas se reuniram para protestar contra o bombardeio de 7 de julho de 2005. No entanto, a quantidade de vítimas no atentado equivale às mortes em 6 dias de trânsito no país.
-O número de mortes no trânsito dos EUA nos 3 meses seguintes ao atentado de 11 de setembro foi 9% maior do que nos mesmos meses dos anos anteriores. Como a quantidade de viagens aéreas diminuiu consideravelmente após o atentado, é de se supor que as pessoas trocaram o avião pelo carro e morreram por isso.
COLISÕES E SEGURANÇA
-50% de todas as colisões nos EUA acontecem em cruzamentos. Mais um argumento para o uso de rotatórias.
-Um estudo sobre a conversão de 24 cruzamentos convertidos em rotatórias nos EUA chegou às seguintes conclusões: colisões totais caíram 40%, colisões com lesões caíram 76% e as colisões fatais caíram 90%.
-Segundo um estudo da Universidade de Michigan, em 70% dos acidentes entre carros e caminhões, o motorista do carro é o responsável pela colisão (batendo por trás, mudando de pista, ultrapassando,...)
-Um dispositivo para estradas muito homogêneas é o sonorizador. Um estudo controlado mostrou que a introdução de sonorizadores na Pensilvânia reduziu os acidentes em 70%.
-Em Los Angeles, mais pedestres urbanos morrem atravessando legalmente a faixa de pedestres do que quando atravessam a rua sem observar as regras. Obviamente, o número de pedestres que segue a lei é maior mas, mesmo assim, o dado é constrangedor.
-Embora as mulheres se envolvam em mais colisões não fatais do que os homens, as colisões fatais envolvem cerca de duas vezes mais homens do que mulheres (‘normatizando’ por diversas métricas: milhões de milhas percorridas, milhões de trajetos percorridos, milhões de minutos dirigindo).
-A linha de pensamento ‘mainstream’ das autoridades e engenheiros de trânsito sempre foi a chamada ‘segurança passiva’: vias pensadas para diminuir os riscos e/ou consertar as conseqüências quando os erros ocorrem, já que esses são inevitáveis. Isso começa a ser questionado. A autoconfiança (e portanto os exageros) dos motoristas em vias bem tratadas mais do que compensa o planejamento para minimizar os riscos a partir do erro, gerando mais acidentes. Ex1: estudos controlados mostram que o índice de acidentes fatais não cresce com neblina/visibilidade limitada; Ex2: moradias mais distantes da via (e portanto com uma maior área de escape para os erros dos motoristas) fez com que eles aumentassem a velocidade e o índice de acidentes aumentasse; Ex3: a retirada de árvores cercando vias (já que motoristas podiam se colidir com elas) fez com que os pedestres ao redor ficassem menos protegidos, as velocidades aumentassem e fosse necessário colocar lombadas e implantar radares, criando um círculo auto-alimentável.
-As fatalidades no trânsito por km percorrido diminuem ano a ano na mesma velocidade, quando se compara o início do século XX com as últimas décadas. Ou seja, o risco que os motoristas assumem vai compensando as tecnologias de segurança.
-O risco de mortalidade no banco traseiro é 26% mais baixo do que no banco da frente. O banco traseiro é mais seguro que airbags.
-Na década de 80, especialistas previram que a 3ª lâmpada de freio poderia reduzir os acidentes em 50%. No início da implantação, a redução foi de 15% e hoje é de 4%. Ou seja, talvez suficiente para todo o custo de implantação, mas bem menor que a previsão inicial.
-Resumindo, ‘fatores humanos’ – e não mal-funcionamento do veículo, quebra ou clima – são responsáveis por 90% das colisões.
ESTACIONAMENTO
-Um estudo comparou estratégias de estacionamento: as pessoas que param na primeira vaga disponível, longe do ‘melhor lugar’ (que seria em frente à entrada do mercado, por exemplo), chegam mais rápido ao destino (no exemplo, o mercado em si) do que aquelas pessoas que foram procurar (e acabam esperando) vagas na fila mais perto do ‘melhor lugar’ (no exemplo, a entrada do mercado), mesmo tendo que andar menos a pé (para entrar no mercado).
-Em centros comerciais, de 20% a 45% (dependendo da cidade americana) do trânsito se deve à procura por vagas para estacionar. A sugestão de especialistas é que a Zona Azul fosse MUITO mais cara do que é hoje, com o preço variando de rua para rua, de tal forma que a cada 6 vagas, sempre houvesse 1 vaga livre para se parar com Zona Azul.
CULTURA E CURIOSIDADES
-Gastamos mais tempo no trânsito do que comendo, transando ou se lavando.
Existe restrição a determinado tipo de trânsito (carroças maiores) desde a Roma Antiga.
-Você sabia?: Os “guardas vermelhos”, durante a Revolução Cultural da China, propuseram inverter as cores das luzes nos sinais: vermelho significaria “Avance” e o verde seria para “Parar”.
-Você sabia?: Na Finlândia, algumas multas de trânsito são calculadas com base na renda após os impostos, com o objetivo de combater a natureza regressiva das multas (já que um valor fixo de multa é proporcionalmente menos relevante para uma pessoa rica, que teria menos incentivos para não cometer a infração). Um empresário do ramo da internet teve que pagar US$71.400 por dirigir a 69km/h numa via com velocidade máxima permitida de 40km/h.
-Segundo o presidente do Instituto de Educação de Trânsito de Nova Deli, cerca de 110 milhões de violações de trânsito são cometidas por dia na cidade.
-Estudos ingleses sugerem que o mau comportamento no volante é inversamente proporcional às instituições democráticas. Em estados autoritários, o trânsito é o único lugar em que o ‘pequeno homem’ é igual ao ‘grande homem’; só lá aquele consegue ultrapassar este.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
2011
"A Natureza (ou Deus) nos deu as emoções para um fim. O homem clássico não escondia raiva, desprezo, frustração, tristeza, amor, admiração, medo... Quando começamos a reprimir e escondê-las?" - Taleb
O legal do período do Natal/Ano Novo é que todo mundo fica gente boa... hehe. Em essência, voltamos àquilo que nunca deveríamos ter deixado de ser.
Desejar que todo dia seja como a passagem de 31/dez para 1º/jan - cheio de renovações e boas intenções - é utopia. Mas que, pelo menos, consigamos "sair da caixa" com mais frequência...
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