Complementando o post abaixo, alguns comentários esquecidos...
Vi a entrevista de um economista, 'responsabilizando' o início do welfare state pela crise atual. Concordo muito. Não é fácil que uma pequena parte da sociedade pague a alegria geral da nação por muito tempo. (No mínimo, é muito caro, traz muita dívida). A grande pergunta chavão: como convencer o velhinho de 65 anos da Alemanha, que ainda trabalha, a pagar a aposentadoria do grego de 55, já aposentado?
O problema é que romper o ciclo atual é doloroso, impopular. Tanto que o Brasil parece navegar na mesma onda, alheio a tudo que acontece na Europa: aumentos acima da inflação para a população inativa, discussão sobre o fim do fator previdenciário,... Questionar o Bolsa-Familia, então, um crime... Sei não...
Apesar de achar interessante, não sou muito adepto dos cases dos MBA's da vida. É como comentarista de lance feito: é fácil saber em 2010 que a decisão da Ford em 1935 foi acertada ou que a da HP em 1990 foi errada... É o viés do retrospecto. (Aliás, veja aqui um ótimo vídeo sobre vieses na tomada de decisão.)
Enfim, o que fazer com a Grécia é o grande case do momento! Como vamos analisá-lo em 2050?
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Uma post aventureiro
Ainda não me sinto muito confortável ao escrever sobre assuntos mais sérios. Mas há algumas semanas, estou com vontade de escrever sobre o desenrolar na crise econômica. (O twitter me tirou as atenções do blog...) Enfim, deixe eu tentar...
Acredito que as pessoas mais sensatas, ainda não dizem que a crise iniciada em 2008 já passou. Um pouco de prudência pode evitar crises de transtornos bipolares, como evidencia o PJ, em seu blog.
Mas o Brasil tem se saído muito bem. Meu grande cuidado nesse contexto foi levantado pelo Pedro Malan, em uma palestra a que assisti há cerca de 1 mês: "Tenho receio de que atribuam o sucesso do Brasil na crise a fatores errados; que justifiquem com os argumentos errados". Concordo 100%.
Em minha humilde opinião, o Brasil não se ferrou tanto por 2 motivos:
1) o polêmico PROER da década de 90 antecipou a regulação bancária, que está sendo feito apenas hoje em dia no resto do mundo. Os bancos brasileiros são muito fortes (talvez por isso, tão caros...)
2) a relação crédito/PIB do Brasil no início da crise era irrisório (~32%) quando comparado com os demais países. Desalavancado (por acaso; e não por projeto ou convicção), o Brasil não sofreu demais com a crise creditícia (="de confiança") mundial.
Indo pro resto do mundo, no livro 'Animal Spirits', George Akerlof e Robert Shiller comentam o nascimento dos bancos centrais. A principal ideia já lá no início não era essa movimentação diária com os demais bancos e sim, ser o provedor de liquidez em eventuais crises. Exatamente o que aconteceu mundialmente. Ou seja, por mais que se critique, os bancos centrais fizeram o que, no nascimento e em essência, deveriam fazer.
Voltando ao Malan, receio que o atual governo petista jogue para si os méritos que não são seus aqui no Brasil e, mundialmente, atribua a melhora da economia a uma maior intervenção do Estado.
A imprensa vermelhinha bombardeou o noticiário decretando o fim do capitalismo: "o Estado salvou o mercado!!", diziam.
Pois bem... Estamos vendo o que acontece na Grécia, em Portugal, Espanha, Itália, Irlanda, Inglaterra, EUA,... O 'Estado que injetou dinheiro no mercado' está bambeando, dívida/PIB muito maior que 100%... O que os vermelhinhos vão dizer agora?
Pra mim, a única lição que fica por enquanto é aquela que meu pai me ensinou desde pequenininho: gaste só aquilo que você tem. Seja a empresa privada, seja o governo.
Acredito que as pessoas mais sensatas, ainda não dizem que a crise iniciada em 2008 já passou. Um pouco de prudência pode evitar crises de transtornos bipolares, como evidencia o PJ, em seu blog.
Mas o Brasil tem se saído muito bem. Meu grande cuidado nesse contexto foi levantado pelo Pedro Malan, em uma palestra a que assisti há cerca de 1 mês: "Tenho receio de que atribuam o sucesso do Brasil na crise a fatores errados; que justifiquem com os argumentos errados". Concordo 100%.
Em minha humilde opinião, o Brasil não se ferrou tanto por 2 motivos:
1) o polêmico PROER da década de 90 antecipou a regulação bancária, que está sendo feito apenas hoje em dia no resto do mundo. Os bancos brasileiros são muito fortes (talvez por isso, tão caros...)
2) a relação crédito/PIB do Brasil no início da crise era irrisório (~32%) quando comparado com os demais países. Desalavancado (por acaso; e não por projeto ou convicção), o Brasil não sofreu demais com a crise creditícia (="de confiança") mundial.
Indo pro resto do mundo, no livro 'Animal Spirits', George Akerlof e Robert Shiller comentam o nascimento dos bancos centrais. A principal ideia já lá no início não era essa movimentação diária com os demais bancos e sim, ser o provedor de liquidez em eventuais crises. Exatamente o que aconteceu mundialmente. Ou seja, por mais que se critique, os bancos centrais fizeram o que, no nascimento e em essência, deveriam fazer.
Voltando ao Malan, receio que o atual governo petista jogue para si os méritos que não são seus aqui no Brasil e, mundialmente, atribua a melhora da economia a uma maior intervenção do Estado.
A imprensa vermelhinha bombardeou o noticiário decretando o fim do capitalismo: "o Estado salvou o mercado!!", diziam.
Pois bem... Estamos vendo o que acontece na Grécia, em Portugal, Espanha, Itália, Irlanda, Inglaterra, EUA,... O 'Estado que injetou dinheiro no mercado' está bambeando, dívida/PIB muito maior que 100%... O que os vermelhinhos vão dizer agora?
Pra mim, a única lição que fica por enquanto é aquela que meu pai me ensinou desde pequenininho: gaste só aquilo que você tem. Seja a empresa privada, seja o governo.
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