Assim, uma palavra passa a incluir coisas demais e a
significar coisas de menos, e o hábito de insinuar falsidades enquanto se
suprime a verdade é sutilmente inculcado em toda uma população.
(...)
Confúcio (...): Se a linguagem não é correta, então aquilo
que se diz não é o que se quer dizer; se o que se diz não é o que se quer
dizer, então o que deve ser feito permanece por fazer; (...) Por isso, não deve
haver qualquer arbitrariedade naquilo que se diz.
A reforma da linguagem proposta por Confúcio (...) tomava a
direção da verdade, com o propósito de conhecê-la.
As tentativas modernas da reforma da linguagem, por outro
lado, são tentativas de realizar um fim político, normalmente utópico, e,
portanto, ao mesmo tempo romântico e sentimental: um fim que ao mesmo tempo se
deseja – ou que ao menos se diz desejar – e que se sabe não ser possível. Trata-se,
portanto, de uma ferramenta permanentemente útil, mas desonesta (...).